O Visões Úteis é um projeto colaborativo, pluridisciplinar e de autor, que se produz a si próprio por entre atividades de criação, programação, investigação, formação e desenvolvimento do território. Criado em 1994, conta hoje com mais de meia centena de trabalhos desenvolvidos em território nacional e no estrangeiro, entre espetáculos de teatro, trabalhos de performance na paisagem e com a comunidade, e ainda com publicação de livros, criação e produção de filmes e formatos sonoros. Desde 2007 que o coletivo tem vindo a encontrar em Campanhã sentidos para o desenvolvimento do seu projeto, em termos estéticos, políticos e sociais. Foi em Campanhã que, entre 2016 e 2017, as suas abordagens à Performance na Paisagem se fundiram com as primeiras experiências de Performance em Comunidade, e, em 2019, se tornou parceiro da Câmara Municipal do Porto para o programa Cultura em Expansão, assumindo a responsabilidade pela programação e mediação das atividades para este território, apresentando novos projetos culturais e artísticos em estreita colaboração com a comunidade, criando e consolidando novos públicos.
O projeto estético do VU cresce em sintonia com uma forte motivação ética, numa constante reflexão acerca do sentido contemporâneo de fazer arte e teatro, que quotidianamente marca as opções de trabalho e alimenta a consciência da responsabilidade social e política para com as comunidades envolventes. O VU tem, consistentemente, desenvolvido iniciativas onde metodologias de trabalho das artes performativas se convertem em ferramentas de reflexão e autonomia, em particular de todos aqueles que vivem (n)as periferias, sejam elas de geografia, género, geração, cultura, etnia, ou outra situação de exclusão. Destaca o trabalho com: habitantes de bairros sociais, populações séniores, de etnia cigana, reclusos, imigrantes que aguardam legalização e jovens com Perturbações do Espectro do Autismo. Destacamos os projetos RECLAIM THE FUTURE / EXIGE O FUTURO (2016-2018), DEMOCIMEIRA (2020-2021), BRADO / CULTURA EM EXPANSÃO (2021), NOVOS PERCURSOS PARA CAMPANHÃ (desde 2021) e ZHA! (2022-2024).
A Direção Artística é de Carlos Costa, que partilha a direção de projetos e os processos de criação com Ana Vitorino, Inês de Carvalho, João Martins e Jorge Palinhos, e ainda com diversos artistas convidados. O desenvolvimento contínuo de atividades de mediação artística na linha de desenvolvimento do território é da responsabilidade de Inês de Carvalho. O Visões Úteis é membro da PLATEIA – Associação de Profissionais das Artes Cénicas, do IETM – International Network for Contemporary Performing Arts, da APCEN – Associação Portuguesa de Cenografia e da Fundação Anna Lindh. O Visões Úteis é uma estrutura financiada pela Direção-Geral das Artes, do Ministério da Cultura do Governo de Portugal.